CRIANÇAS DE HOJE,
ADULTOS DO AMANHÃ...
Tornar-se Pais é um desejo e uma conquista do Ser Humano na sociedade atual. A realidade constante com que nos deparamos, independentemente do género, da cultura, da religião, remete para uma exigência cada vez maior quando refletimos em novos seres.
As crianças de hoje tornam-se os adultos do amanhã, não esquecendo que os adultos de hoje foram outrora crianças educadas por adultos que moldaram atitudes e formas de estar. Pais de hoje procuram educar com as referências parentais que receberam quando foram interiorizadas como favoráveis, ou pelo contrário procuram adotar um modelo educativo diferente pela não aceitação do passado. Mas afinal qual será a educação correta...
Os modelos teóricos são vários, opostos, contraditórios até, quando na realidade o que se discute é apenas em relação a como tornar uma criança feliz. Falamos em regras e mais regras, reforços, punições, os castigos mais ou menos adequados. Expomos e projetamos as nossas exigências nos propósitos das nossas crianças sem muitas vezes se pensar ou considerar que cada criança tem a sua individualidade. Traçam-se os caminhos de pequenos seres sem consciência do mais favorável para eles, simplesmente porque são interiorizados conceitos, valores e princípios.
Vivemos numa sociedade sem tempo, num caminho acelerado de stresse e ansiedade diários, de pressão externa diária e ao chegar a casa gere-se toda uma questão de parentalidade. A paciência tão necessária fica submersa, os impulsos surgem com naturalidade, a agressividade muitas vezes e a criança vive desde pequena moldada aos problemas dos pais e da sociedade. Injusto parece, consciência muitos têm mas como se revelam as atitudes...? É essencial a reflexão acerca dos nossos princípios morais, dos valores sociais e humanos. Afinal tornarem-se pais é uma responsabilidade para além dos cuidados físicos e básicos de sobrevivência. Primeiro as fraldas, o leite, a papa, o calor e o frio mas depois, depois vem a necessidade de afeto, crucial para o desenvolvimento do ser humano. Receber amor para criar a capacidade de o retribuir mais tarde.
Tão simples e tão complexo. Para educar basta então amar!? Sim, aparentemente educação sem amor torna-se um crescimento duro, superficial e rígido, ao invés do calor do afeto que liberta e torna as crianças saudáveis.
Amar é criar a capacidade de dar, de instituir o amor incondicional, ultrapassando tempos de egoísmo, calculismo e desinvestimento. Amar as crianças é dar, lutar com responsabilização. Afinal, os seus filhos um dia também poderão cuidar de si e do universo.
Cláudia Madeira
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